quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Modernidade na Música Com o Uso de Artefatos Nostálgicos - O Caso do Disco de Vinil


A indústria fonográfica está com drásticas perdas de consumo desde, pelo menos, meados da década de 1990, e com o passar dos anos isso só vai se intensificando, tendo como resultados factíveis o fechamento de gravadoras, empresas e até mesmo históricas, e imensas, lojas de discos, como foi o caso de diversas das principais lojas da rede Virgin nos Estados Unidos e Europa em 2008. O que fazer com esse crescente número de pessoas mais interessadas no conteúdo do que no produto físico e que conseguem, cada vez com mais facilidades, adquirirem as suas faixas preferidas de graça pelas ferramentas da internet? São diversas pesquisas nesse ramo, empresários correndo atrás de novas idéias, etc. Mas, pode-se dizer que nenhum resultado totalmente satisfatório foi atingido. Mas que tal, então, para melhoria desse mercado, voltar a vender os clássicos discos de vinil? Como assim? Em pleno SéculoXXI, com a internet, e com as diversas facilidades de distribuição e de trocas de arquivos, além das claras notícias sobre problemas de vendas de CDs, como é que a idéia de voltar a vender discos de vinil – produto físico anterior ao CD- pode ser minimamente aceitável pelas empresas num momento em que a venda de música está sendo considerada, cada vez mais, a venda de uma experiência do que do seu suporte físico? Isso chega a ser até paradoxal para muitos. Porém, o que acontece é que ao mesmo tempo em que tudo isso ocorre, está também ocorrendo – nas suas devidas proporções- um crescimento no consumo de discos de vinil e os aparelhos de reprodutibilidade desse suporte musical.

Para se ter uma idéia de que existe um crescimento considerável no consumo de discos de vinil, podemos pegar os Estados Unidos como exemplo, que, pelo menos, em 2007 já tinha quase todos os lançamentos também nesse formato, vendendo, naquele mesmo ano, 1 milhão de unidades. No Brasil isso também não foi muito diferente, tendo muitos grupos novos, e também antigos, fazendo seus lançamentos também em vinil – alguns dando até maior prioridade a essa forma- o que resultou na abertura, no ano de 2009, da única fábrica de discos do país, a Polysom, que devido ao sucesso, fez com que o dono, João Augusto, fizesse uma otimista previsão de produção de 40 mil discos mensais. Outro importante fato que demonstra esse interesse dos brasileiros, é que, também em 2009, a grande gravadora SONY, resolveu investir nos vinis, fazendo até uma série chamada “Meu Primeiro Disco” onde trariam às lojas antigos álbuns em versão de luxo vinil.

Essa volta ao formato disco de vinil pode se ter como base a cultura da música eletrônica em que os Djs usam os discos e toca discos como instrumento, outro fato importante é do disco ter se tornado objeto de desejo, revitalizando assim esse mercado. Hoje já existem até picapes (tocadores de disco) com saída USB e até limpadores de discos High-Tech. Outra explicação para isso está na cultura de que tudo isso é cool ou hype, deixando ser característica de pessoas consideradas ‘Modernas’ (Mesmo esse termo parecendo ser o máximo da contradição). A revalorização da cultura do vinil também pode encontrar algumas explicações na “nostalgia regressiva” em associação ao pós-modernismo defendida por Fredric Jameson, nesse caso até pode existir pessoas que concordem no termo ‘pastiche’ também usado por Jameson, que faz parte da dificuldade de se criar algo totalmente novo e com isso mistura com coisas do passado, que teria força na moda retrô – onde os vinis estariam inseridos.

Fazendo parte ou não do que Jameson diz, muitos consumidores desse produto deixam bem claro que o prazer de ouvi-los vem também do formato e o local onde eles podem se reproduzir, além de nos remeter práticas culturais diversas, muitos dirão que os meios de reprodução não são totalmente neutros na ação, que na verdade esses também participam da modelagem cultural. Um dos argumentos centrais está ligado à produção externa de cada disco, que seria uma obra artística e que muitas vezes é o que mais chama a atenção. Voltando aos Djs, esses dizem que a qualidade de som dos discos de vinil são superiores a de outras mídias, consideram mais naturais pois emitem todos os espectros de possíveis freqüências para que eles possam interferir no momento em que estão em ação, também permitem a eles um maior manuseio e experimentos – algo essencial para um Dj.

Sendo ou não um som mais natural ou de maior qualidade, ou se seu consumo está mais ligado ao seu design, ao hype, ao passado que remete, a coleções... O que importa é que está existindo uma crescente procura por eles. É claro que não vai ser a venda de discos de vinil que vai salvar o mercado fonográfico, mas existir um aumento de vendas deles num momento crítico da indústria da música é no mínimo curioso, e pode fazer parte daquelas originalidades que se tornam cada vez mais necessárias aos futuros dependentes da música, pois o que mais chama a atenção para se ‘comprar’ música atualmente é a vivencia ou originalidade delas e não somente a vontade de ouvir quando bem entender.

Referências:

SÁ, S. P. “O Cd Morreu? Viva o Vinil!”. In: Silveira, S. A. e Perpetuo, I.F . O Futuro da Música, São Paulo, 2009

‘Única fábrica de discos de vinil brasileira voltará a funcionar este ano’ no site do G1, 2009: http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL1234147-7085,00-UNICA+FABRICA+DE+DISCOS+DE+VINIL+BRASILEIRA+VOLTARA+A+FUNCIONAR+ESTE+ANO..html

Na era do MP3, disco de vinil recupera espaço entre os fãs de música’ no site do G1, 2008: http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL717249-7085,00-NA+ERA+DO+MP+DISCO+DE+VINIL+RECUPERA+ESPACO+ENTRE+OS+FAS+DE+MUSICA.html

sábado, 30 de julho de 2011

Uma Música para o fim do Mundo - Post Rock

Para a minha primeira contribuição para este blog (bem atrasada por sinal) gostaria de falar um pouco de um estilo de música não muito conhecido tanto no Brasil quanto no resto do mundo. O Post Rock é um estilo que é difícil de explicar com algumas palavras, já que suas músicas vão de rápidas com grande influencia de músicas eletrônicas, até mais lentas e misturando instrumentos "clássicos" com modernos, trazendo uma riqueza de músicas não encontrada em outros estilos, porém uma coisa que define boa parte de suas músicas é a falta de um vocalista na maioria das bandas, dependendo assim apenas na sonoridade dos instrumentos para expressar o que eles querem dizer. Isto faz com que uma mesma música possa passar emoções e ideias diferentes dependendo de quem a ouve.
Uma das primeiras bandas que foi categorizada como Post-Rock pelo crítico de música inglês Simon Reynolds foi a Bark Psychosis, uma banda inglesa que misturou estilos como jazz, indie rock, minimalista, entre outros. Uma de suas músicas que demonstra bem a mistura de estilos é a “Black Meat”, abaixo segue o vídeo para ouvi-la:


Agora vou falar um pouco de uma das bandas mais influente no gênero e que inspirou o titulo deste post. É a Godspeed You Black Emperor!(GYBE!), uma banda canadense com um forte viés político. Suas músicas criticam fortemente a sociedade America e a globalização em geral, beirando ao anarquismo, utilizando-se de áudio-samples (gravações de pessoas falando, por exemplo) para pintar um quadro de desespero que a sociedade pós-moderna atual se encontra. É uma banda que deve ser ouvida com cuidado e muita atenção, também é necessário um pouco de paciência, já que suas músicas em média duram 20 minutos. Segue abaixo a música que muito bem poderia ser a faixa para o fim do mundo:



Esta música mostra bem sua crítica a sociedade, no primeiro minutos se houve um homem falando sobre uma “máquina” que nos encontramos dentro, e como ela está “morrendo”. Depois ele descreve uma situação de caos e desespero. Segue-se então a música sem mais nenhuma palavra a ser dita, porém sem diminuir sua carga emocional. Ao se ouvir esta música, se tem a impressão de estar olhando para um grande vazio, um mundo sem vida, ou um abismo sem fim, proporcionando emoções que nenhuma outra música já me conseguiu passar.

Espero que tenham gostado desta postagem, espero que ainda consiga posta muitas mais, qualquer crítica ou comentário será bem vindo.

Christian R.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Fugindo do tema do blog

Vou pedir licença para dar uma escapadela ao tema do blog, mas que tem bastante relação com o tema das aulas de Identidade e Cultura, a principal razão da criação do blog.
Para não dizer que foge de tudo que foi postado até agora, o link abaixo trata novamente da questão do sexo e da sexualidade, tratado em um dos post que eu fiz há pouquíssimo tempo http://musicacomportamento.blogspot.com/2011/07/primeiramente-queria-pedir-desculpas.html
Segue o link:
http://f5.folha.uol.com.br/humanos/951095-apos-dar-a-luz-tres-criancas-homem-mostra-sua-boa-forma.shtml
Abraços,
Marcus

O que você está ouvindo?

A ideia do novaiorquino está agora "super na moda", e em diversas cidades brasileiras, pessoas se movimentaram para a produção de vídeos na mesma linha...

Aqui vão alguns deles, que anunciam uma possível produção nossa "O que você está ouvindo - ABC paulista" haha.

Fortaleza:
Vai de Aviões do Forró até Tchaikovsky - e quem ouve Tchaikovsky correndo?

Belo Horizonte


Florianópolis:

Curitiba:

Brasília:
"Roberto Carlos, por incrível que pareça" - Depois de Tchaikovsky, sem problemas...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mais uma das misturadas...

Neste post quero chamar a atenção para mais uma das "misturadas" que os nossos músicos vêm fazendo de uns tempos pra cá. Vale ressaltar que isso enriquece muito a música e a torna ainda mais cheia de detalhes que merecem ser ouvidos.
O vídeo que postarei demonstra justamente isto. Nele, encontramos o guitarrista e o vocalista do Led Zeppelin, Jimmy Page e Robert Plant respectivamente, em uma espécie de flerte com o mundo árabe. Page e Plant são ingleses e integrantes de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, e que dentro do estilo já se diferenciava de outras bandas pela presença de flautas, bandolins, entre outros instrumentos não muito utilizados no estilo, além da influência de folk, música oriental e blues.
Depois da morte do baterista John Bonham, no ano de 1980, o Led Zeppelin acabou, mas muitas reuniões entre os músicos da banda ocorreram. Um delas, justamente a que se refere o vídeo, foi em 1994, em um Unplugged da MTV, que mais tarde teria um álbum ao vivo refente à estas apresentações chamado de No Quarter: Jimmy Page and Robert Plant Unledded, que foi gravado no Marrocos, País de Gales e Londres.
No vídeo abaixo, encontramos esta fusão do rock com a música árabe, estilo que influenciou muito os dois músicos britânicos:


Ps: Por que eu usei o termo misturada? Isto devido a uma música de uma banda chamada MegaRex, que fala de diversas misturas, principalmente entre as diversas nacionalidades xD. Vou postar o único link que achei apesar da qualidade não estar das melhores.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Hard/Glam Rock e a quebra dos padrões de vestimenta dos "homens de verdade"

Primeiramente queria pedir desculpas por não estar conseguindo postar na frequência que eu mesmo gostaria, mas a correria com trabalhos e provas acabaram pesando estas semanas aí.
Bom, andei pensando nas aulas que tivemos a respeito das orientações sexuais, das diferenças entre sexo e sexualidade, da pluralidade sexual presente na sociedade contemporânea e decidi fazer um post com um certo enfoque neste tema.
Já vou justificar que ficarei mais centrado no rock/metal, pois é o estilo que possuo mais conhecimento e isto facilitaria em grande parte a postagem.
Para começar a mostrar esta quebra de paradigma, utilizarei um grande clássico: David Bowie. No fim da década de 60 e início da década de 70, Bowie, que já possuía uma aparência um tanto quanto andrógina, adota os cabelos compridos, vestidos e maquiagem, o que gerou diversos tipos de reações, de risadas a uma certa estranheza. É neste período da carreira de Bowie, que a música postada se insere. Podemos perceber visualmente o quanto "fora do padrão" isto era para a época, sendo Bowie uns dos primeiros representantes do estilo considerado glam rock ou glamour rock. Abaixo podemos conferir Ziggy Stardust, uma das músicas mais famosas do artista, que recentemente até foi inserida no game Guitar Hero, em que a experiência de rock star é simulada:

Nesta mesma época, notamos a presença de duas bandas, mais pesadas que o som proposto por David Bowie, mas que também desafiavam a "aparência que um homem deve ter": Twisted Sister e Kiss. Estas bandas, consideradas já como hard rock, ou também chamadas glam metal, foram muito influentes para diversas outras bandas que viriam a fazer bastante sucesso, assim como as duas citadas.
O Twisted Sister, fundada em 1972 em Nova York, utilizava uma maquiagem feminina completamente escrachada. Cabelos compridos (Tradicional das bandas de hard rock), maquiagem pesada, com direito a batons, sombras e afins, botas de salto alto e roupas que a Lady Gaga utiliza em 2011, só que na década de 70. O Kiss, fundado apenas um ano mais tarde, porém na mesma cidade, também compartilhava de toda esta parafernália, porém ainda utilizava de todo um efeito visual em seus shows, com direito a pirotecnia, vômitos de sangue (falso!) realizado pelo baixista Gene Simmons entre outros. Se todo este choque causado por David Bowie já era grande, estas duas bandas deixaram a sociedade ainda mais boquiaberta.
Twisted Sister:

Kiss:

No fim da década de 70 e década de 80, diversas outras bandas foram influenciadas por esta "falta de macheza", a grande maioria delas não era tão over como Kiss e Twisted Sister, mas a maquiagem feminina, os cabelos que lembram poodles, calças apertadas e de couro (que eram alguns número menores do que os que eram para ser), além dos sapatos de salto alto ainda estavam muito presentes e já não se concentravam apenas nos EUA, apesar da grande maioria das bandas ser proveniente deste país.
O Hanoi Rocks, fundada em 1979 na Finlândia, considerado um dos pioneiros do Glam Metal da forma como ele se desenvolveu posteriormente é um exemplo disto. O período em que a banda fez mais sucesso foi justamente na década de 80, auge do estilo, porém em 1985 encerrou as atividades. Em 2002, a banda retorna aos palcos, onde ficaria até 2009, quando terminaria novamente.

O Cinderella, uma das mais famosas do estilo, já faz parte das bandas que começaram na década de 80, junto de Poison, Skid Row entre outros. O Cinderella iniciou-se em 1982, em Filadélfia, EUA, e esta na ativa até os dias de hoje.

O Poison, sempre adepto do gloss e lápis no olho, também, está ativo, mesmo depois de 28 anos de estrada, apesar de diversas idas e vindas de integrantes, que fazem parte de grande parte das bandas que possuem uma kilometragem desta.

Outra banda de grande renome do estilo é o Skid Row, que surgiu em 1986 em New Jersey, EUA, mesmo local onde o Bon Jovi também se formou, sendo o guitarrista do Skid Row, Dave Sabo amigo de Jon Bon Jovi. O Skid Row aproveitou muito pouco a fama desta modalidade do Hard Rock, que seria substituído na mídia em massa pelo grunge de Seattle. Apesar do pouco tempo sob os holofotes da grande mídia, o Skid Row conseguiu emplacar grandes sucessos, como I Remember You, 18 and Life e Youth Gone Wild. A banda encerrou as atividades em 1996, mas retornou em 1999, seguindo até a atualidade. Porém, antes mesmo do término em 1996, a banda começava a se afastar do Hard Rock e das chapinhas e calças coladas, possuindo um som muito distante do que o consagrou.

Aqui foi só uma amostra da enormidade de bandas que podemos encontrar que utilizam este visual meio "mulherzinha", mas que, por mais controverso que isso seja, era utilizado justamente para conseguirem as garotas.
Temos ainda inúmeras bandas, tanto dentro, quanto fora do estilo, que não se prendem aos estereótipos sexuais e de sexualidade, mas que não serão abordadas aqui, por que eu ficaria anos escrevendo este post e vocês lendo hehehe. Qualquer sugestão, envie um comment xD.
Abraços,
Marcus

PS: Quero ver se agora atualizo com mais frequência

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Entrevistas - com pessoas comuns

Dia 13 de Julho - dia mundial do Rock - fomos (eu, Deyse e Lucca) à estação do Brás, onde acontecia uma apresentação em homenagem ao dia. Então, abordamos pessoas que passavam por lá (com a dificuldade da timidez), pra fazer uma pesquisa que vai continuar nas ruas (pelo ABC, e outros locais de SP)...

Assim, o resultado foi interessante, tanto pelo nosso trabalho, quanto pela nossa tentativa de passar por cima da vergonha (Deyse desempenhou melhor esse habilidade, de nós).

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Outra mistura interessante

O metal (uma das ramificações mais pesadas do rock tradicional) também é um estilo musical com bastante diversidade nas suas composições. Principalmente ao tratarmos de bandas brasileiras.
O Angra é um exemplo disto. Desde seu primeiro álbum, a banda sempre fez questão de mesclar ao heavy metal diversos outros estilos em suas composições como música erudita, indígena, brasileira, flamenco, etc.
Outra banda nacional dentro do cenário, mas com uma "pegada" um pouco diferente é o Tuatha de Danann. O gênero chamado de folk metal, utiliza-se de flautas, bandolins e forte influência da música celta.
Fechando este post, temos o Sepultura, tradicionalíssima banda de trash metal, conhecida internacionalmente (assim como o Angra). Que se apropria também de diversas influências não-ortodoxas do metal, a música postada é um exemplo disto, com uma introdução à lá África e que em diversos momentos se demonstra presente.

Angra:

Tuatha de Danann:

Sepultura:

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Etnomusicologia

Um dia desses, estava pesquisando na internet algo relacionado com a música e a cultura de cada região do país, até que me deparei com o termo "etnomusicologia". Achei o termo interessante e resolvi procurar algo que o definisse melhor, e encontrei a seguinte definição no site da UFRJ: " A etnomusicologia é geralmente definida como o estudo da música como cultura, integrando perspectivas abertas por disciplinas como a musicologia, antropologia, semiótica, acústica musical e muitas outras. Está presente na vida acadêmica das principais universidades dos Estados Unidos, ministrada em diferentes níveis, e com diferentes enfoques em todo o mundo."
Descobri também, que a etnomusicologia é uma disciplina no âmbito da pós-graduação em música. No Brasil, encontrei apenas duas universidades federais que oferecem essa disciplina, a já citada UFRJ e a UFBA.
Infelizmente, é muito difícil encontrar vídeos produzidos no Brasil sobre o assunto - não encontrei nenhum produzido pelas universidades federais -, encontrei apenas um sobre a "Folia de Reis", produzido por uma faculdade de música de Osasco. A resolução do vídeo não está muito boa, mas através dele é possível entender um pouco mais sobre etnomusicologia na prática.



Embora não haja vídeos produzidos pelas universidades federais, encontrei revistas online produzidas tanto pela UFBA quanto pela UFSC, além dos sites da Associação Brasileira de Etnomusicologia e do curso de etnomusicologia da UFRJ, nos quais é possível encontrar muita coisa legal e interessante.

Link

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Cérebro Eletrônico, pastiche e afins.

Véspera de prova de Energia, e não consigo me animar a estudar. Então, fico fuçando na internet, vendo se acho coisas interessantes, e descobri uma entrevista com uma banda que o Lucca já ouvia, que me parece muito boa para nosso trabalho! Só de ler podemos perceber relações com os autores, né?

Então, logo que essa maluquice de provas passar eu faço certinho uma ligação com tudo; mas se alguém quiser fazer, antes, vocês quem sabem!

O link pra entrevista com Cérebro Eletrônico:
http://www.nemo.com.br/elcabong/?p=7247

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Falando em Mistura...

No final de semana do feriado, diversos shows interessantes para análise no trabalho aconteceram. Acabei comparecendo em apenas um deles: Móveis Coloniais de Acaju. Por lá, encontro Lucca Tori, que também acabou indo por diversão.

Tínhamos tentado marcar uma entrevista com o pessoal da banda, mas segundo eles não seria possível conversar conosco, pela agenda apertada. Então apenas apareci, para ouvir boa música!

Tive uma surpresa ao ouvir a banda (cheia de instrumentos diferentes e de danças malucas), interpretar "A Menina Dança" (o início dos anos 70, d'Os Novos Baianos).


A música em questão já teve outras interpretações, como da banda Scracho, mas achei tão interessante a apresentação da banda, em um show, que me pareceu importante destacar. Aqui vemos, então, uma banda do Centro-Oeste do Brasil (brasiliense), interpretando uma música de 4 décadas atrás, de outra região do Brasil.


Não foi só a escolha de repertório que me fez pensar em nosso trabalho, na hora do show. André (o vocalista), orientou as pessoas que assistiam o show a fazer um "túnel", como aqueles que vemos nas quadrilhas (e não sei se aqui o termo Pastiche se enquadraria, mas a banda incorporou em seu estilo uma coreografia tipicamente de cultura junina); assim, passaram pelo túnel tocando seus instrumentos de sopro.

Para falar sobre a utilização da internet para difusão, a banda disponibilizou para download seu último álbum (Compl_t_); produziu um clipe com uso da ferramenta Skype, para o dia dos namorados (ver aqui); e procuraram apoio de fãs através de doações para realizar um festival, o Móveis Convida.

E, outro dia faço uma boa análise sobre, mas, para não esquecer, um link maravilhoso do André falando de muito que importa pro trabalho!
http://twitcam.livestream.com/5gw1u

Enfim, são muitas as contribuições da banda para análise, em minha visão!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Pega esta mistura

Nossa, vagando pela net e sou surpreendido com esta estranha junção cultural hahaha.
Sei que nosso tema foca principalmente no Brasil e nas diversas regiões, mas a mistura musical atingiu outro patamar após este vídeo.


Abraços,
Marcus

terça-feira, 14 de junho de 2011

Procurando pela net...

Estava eu procurando pelos tortuosos caminhos da internet algo a respeito da cultura da Região Sul do Brasil, e devido ao tema do nosso trabalho ser relacionados às culturas musicais, encontrei um link a respeito no wikipedia, que como sabemos não deve ser usado como fonte acadêmica, porém o artigo me deu algumas dicas do que ouvir proveniente desta região, selecionei alguns aqui que achei legal, vale a pena conferir.
Seguem os links:

terça-feira, 7 de junho de 2011

Direitos Autorais e Obras Artísticas na Sociedade Atual

O futuro da música é um debate que aparece com força nos nossos dias atuais, são diversos grupos diferentes que estão dando suas contribuições e pontos de vista sobre como o mercado musical vai sobreviver, ou como está conseguindo sobreviver nesses tempos de altos números de pessoas usando a internet com Freqüência.

Nessa Era da Informação, momento em que somos bombardeados de diversas formas de informação, e com a facilidade dos downloads gratuitos de diferentes arquivos, o problema dos direitos autorais tornam-se um dos problemas centrais. Alguns defendem que seja possível distribuir obras artísticas, ganhar público e sobreviver, no caso da música, de grande parte dos shows. Já artistas mais consagrados, que antes viviam ganhando com altas vendas de discos, muitas vezes são contra essas trocas de arquivos gratuitamente. O ponto é que com o advento das Internet muitas pessoas com boas ideias tiveram um espaço para distribuir suas obras tendo grande possibilidade de reconhecimento, e mesmo muitas vezes não ganhando diretamente com a venda das obras, esses tinham outras formas de receber e sobreviver.


A mudança na Indústria Musical é clara, mas ainda não chegaram em um resultado concreto aceito pelos diversos autores relacionados de como fazer para sobreviverem nessa nova Era. Com o intuito de demonstrar alguns estudos sobre esse futuro das mídias dentro das redes digitais, a Revista Observatório de 2010 (Revista digital do Itaú Cultural) publicou alguns artigos de diversos acadêmicos da área falando de diferentes partes da produção artistica e midiática na Internet. O último artigo da revista, feito pelo Professor Sérgio Amadeu, explica um pouco sobre os direitos autorais dentro do mundo digital.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O que as pessoas ouvem enquanto caminham?

Como discutimos semana passada, a diversidade de estilos musicais é extremamente grande; e fica difícil definir, para cada região do Brasil, um "estilo específico" - principalmente na região sudeste, onde nossa característica principal é ter diversas "características principais".

Assim, encontrei um vídeo super interessante, produzido pelo blog Jacaré Banguela (do mato-grossense Rodrigo Fernandes) - que é uma versão de um vídeo feito em Nova Iorque por Tyler Cullen (versão nova iorquina aqui) -, que mostra o que as pessoas escutam, na rua, enquanto caminham.

domingo, 5 de junho de 2011

Americana é condenada por download ilegal

(Texto publicado em 19/06/2009)

Nos Estados Unidos, uma mulher vai pagar uma multa milionária por copiar ilegalmente músicas na internet. É a primeira pessoa condenada no país por esse tipo de crime.

Na porta da corte federal em Minnesota, nos Estados Unidos, uma mulher de 32 anos, mãe de dois filhos, condenada. O crime? Rasset-Jammie Thomas vai ter que pagar quase US$ 2 milhões a um grupo de gravadoras por ter baixado ilegalmente 24 músicas da internet.

Cada música vai custar US$ 80 mil, o equivalente a R$ 160 mil. De acordo com a acusação, ela entrou num site de troca de músicas, escolheu as canções que queria e copiou para o computador dela sem pagar nada.

O grupo de gravadoras, que tem os direitos autorais da música, entrou na Justiça e ganhou a ação pela segunda vez. "Eu não fiz download de nenhuma música. Agora, só a sorte. Não tenho dinheiro para pagar a multa. Não posso tirar leite de pedra", diz Rasset.

O número de condenações ainda é pequeno perto do número de ações movidas pelas gravadoras. Só nos Estados Unidos, são 35 mil casos na Justiça. Mas, quando saem os veredictos, as penas são pesadas. Nos Estados Unidos e na Europa.

Em abril, quatro suecos foram condenados a um ano de prisão e a pagar multa de US$ 4,5 milhões por quebra de direitos autorais. Eles mantinham um site que permitia ao internauta baixar filme para o computador sem pagar nada.

No mundo virtual também vale a expressão do mundo real. Desconfie de tudo que parece fácil, barato demais.



Fonte: http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1201366-10406,00-AMERICANA+E+CONDENADA+POR+DOWNLOAD+ILEGAL.html

Tendo como base essa notícia, o Jornal Nacional levantou um debate sobre a ilegalidade do download: [veja clicando aqui].

terça-feira, 31 de maio de 2011

Liberdade para os BITs

Palestra ministrada por Ronaldo Lemos, diretor da fundação do centro de tecnologia e sociedade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e professor titular e coordenador do curso de direito da FGV do Rio de Janeiro; aborda temas como: os impactos da tecnologia em universos distintos, inclusive nas periferias globais. Fala de música – com ênfase no tecnobrega – , das transformações da mídia, da indústria cultural e dos direitos autorais, e se aventura a pensar em tendências para um futuro próximo. Embora extensa, a palestra apresenta fatos bastante curiosos, principalmente no que diz respeito ao mercado da música e aos direitos autorais no Brasil.
http://www.cpflcultura.com.br/site/2010/09/23/liberdade-para-os-bits-%E2%80%93-ronaldo-lemos-com-marcelo-tas-2/

Ensino de música será obrigatório

(Texto publicado em 25/08/2008)


Todas as escolas públicas e particulares do Brasil terão de acrescentar, no prazo de três anos, mais uma disciplina na grade curricular obrigatória. A Lei nº 11.769, publicada no Diário Oficial da União no dia 19, altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) — nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 — e torna obrigatório o ensino de música no ensino fundamental e médio. A música é conteúdo optativo na rede de ensino, a cargo do planejamento pedagógico das secretarias estaduais e municipais de educação. No ensino geral de artes, a escola pode oferecer artes visuais, música, teatro e dança.


Com a alteração da LDB, a música passa a ser o único conteúdo obrigatório, mas não exclusivo. Ou seja, o planejamento pedagógico deve contemplar as demais áreas artísticas. Até 2011, uma nova política definirá em quais séries da educação básica a música será incluída e em que freqüência.


“A lei não torna obrigatório o ensino em todos os anos, e é isso que será articulado com os sistemas de ensino estaduais e municipais”, explica Helena de Freitas, coordenadora-geral de Programas de Apoio à Formação e Capacitação Docente de Educação Básica no Ministério da Educação. “O objetivo não é formar músicos, mas oferecer uma formação integral para as crianças e a juventude. O ideal é articular a música com as outras dimensões da formação artística e estética.”


O MEC recomenda que, além das noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de intrumentos de orquestra, os alunos aprendam cantos, ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos para, assim, conhecer a diversidade cultural do Brasil.


O desafio que surge com a nova lei é a formação de professores. Segundo os dados mais recentes do Censo da Educação Superior, de 2006, o Brasil tem 42 cursos de licenciatura em música, que oferecem 1.641 vagas. Em 2006, 327 alunos formaram-se em música no Brasil.


História — O ensino de música nas escolas brasileiras iniciou-se no século 19. A aprendizagem era baseada nos elementos técnico-musicais e realizada, por exemplo, por meio do solfejo. No fim da década de 1930, no entanto, Antônio Sá Pereira e Liddy Chiaffarelli Mignone buscaram inovações. Sá Pereira defendia a aprendizagem pela própria experiência com a música; Chiaffarelli propunha jogos musicais e corporais e o uso de instrumentos de percussão.


Naquela época, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) ganhava destaque. Em 1927, três anos depois de conviver com o meio artístico parisiense, ele voltou ao país e apresentou, em São Paulo, um plano de educação musical. Em 1931, o maestro organizou uma concentração orfeônica chamada Exortação Cívica, com 12 mil vozes. Após dois anos, assumiu a direção da Superintendência de Educação Musical e Artística, quando a maioria de suas composições se voltou para a educação musical. Em 1932, o presidente Getúlio Vargas tornou obrigatório o ensino de canto nas escolas e criou o curso de pedagogia de música e canto.


Em 1960, projeto de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro para a Universidade de Brasília (UnB) deu novo impulso ao ensino da música, com a valorização da experimentação. A idéia era preservar “a inocência criativa das crianças.” Duas décadas depois, a criação da Associação Brasileira de Educação Musical e da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Abrace) contribuiu para a formação de professores no ensino das linguagens artísticas em várias universidades. No ensino de música, a experiência direta e a criação são enfatizadas no processo pedagógico.


Na década de 1990, o ensino de artes passou a contemplar as diferenças de raça, etnia, religião, classe social, gênero, opções sexuais e o olhar mais sistemático sobre outras culturas. O ensino passou a ter valores estéticos mais democráticos.


Atualmente, a aprendizagem musical deve fazer sentido para o aluno. O ensino deve se dar a partir do contexto musical e da região na qual a escola está situada, não a partir de estruturas isoladas. Assim, busca-se compreender o motivo da criação e do consumo das diferentes expressões musicais.


Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?id=11100&option=com_content&task=view



PS: Achei o tema bem interessante, pois o prazo de três anos se encerra agora em 2011 e não tenho visto muita discussão a respeito da implantação desta nova lei.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Música e o Comportamento das Sociedades - Justificativas

O que marca a cultura de um país? Sua história? Suas obras artísticas? Linguagens? Um pouco de tudo isso com toda a certeza, esses foram fatores importantíssimos para a construção de identidades em diferentes nações, identidades essas que ajudaram fortemente na coesão de populações, construções de países e unificações de territórios. E a música, onde se encontra nisso tudo? Ela faz parte de diferentes culturas? Influencia a sociedade ou é a sociedade que a influencia?

A música é uma expressão artística que existe desde os primórdios. Inicialmente era uma forma de guardar histórias e conhecimentos em um momento em que não havia a cultura da escrita. As falas cantadas, principalmente na Idade Média na Europa, tinham essa grande importância para a grande maioria que não sabia ler. Em outras nações, ou populações do mundo, existiam as músicas características como as de aldeias de índios no Brasil ou outras diferentes nações. Até certos períodos as músicas tinham fortes características de seu local de origem, divididas e até excluídas de outras culturas.

Com exceção da música erudita ocidental que tinham suas partituras escritas bem guardadas e muitas vezes retocadas, dificilmente as outras culturas – até início do século XX - conseguiam deixar suas melodias e canções arquivadas, a não ser quando passadas por forma oral, para a história, por isso também uma maior dificuldade em haver certa importação de músicas em diferentes culturas. Foi no início do século XX, com as maiores transmissões radiofônicas e gravações em discos que foi ficando mais fácil o arquivamento e alcance maior da música em diferentes locais. Os Estados Unidos conseguiram levar sua cultura para o mundo todo, com maior força a partir da década de 1940 e 1950, mas outras nações conseguiram gravar suas obras e cresceram aos poucos também.

Com os discos de vinil, maiores transmissões radiofônicas, televisão atingindo maiores números da população e principalmente com o advento da internet na vida das pessoas, principalmente em meados dos anos 1990 e 2000, as músicas foram ganhando aspectos mais mundiais; sofreram, em boa parte do mundo, influências diversas não só do seu próprio país ou dos fortes mercados americanos e europeus, foram influências diversas de muitos lugares, o que vêm aumentando a ideia geral da cultura digital, a convergência de linguagens e a transculturalidade cada vez maior. “A música popular de hoje é ao mesmo tempo mundial, eclética e mutável, sem sistema unificador. Nela podemos reconhecer imediatamente alguns traços característicos do universal sem totalidade”, afirma o filósofo francês Pierre Lévy em sua obra ‘Cibercultura’.

Com base nessa clara transformação, de forma geral, que a música vem passando desde suas características isoladas e únicas, até sua universalização e junção de diferentes estilos proporcionada pelas diferentes mídias ao longo da história, pensamos em analisar alguns países bases (Inglaterra, Brasil, Estados Unidos, Espanha, Países Africanos, França, Japão, Índia, México, Irlanda e Argentina) desde características básicas de suas músicas folclóricas, até as diferentes décadas do século XX e suas ‘transformações’, até os dias atuais e a dificuldade de perceber exatamente de qual cultura faz parte, falando da música pop em geral. No entanto, decidimos nos focar na questão da música no Brasil, compreendendo as diferenças regionais, misturas - entre as regiões no país e entre outros países que influenciam nossa cultura.

Assim, usaremos como ferramenta de acompanhamento este blog, que será atualizado constantemente por cada membro, tendo como atualização vídeos, músicas, textos e considerações – individuais e em grupo – em outros formatos. Para entender como ocorreram as modificações ao longo do tempo, nos basearemos em pesquisas e entrevistas – o que trará tanto uma visão mais geral do assunto, como questões mais subjetivas, tendo em vista a pretensão de compreender como a mudança se deu para as pessoas entrevistadas.

Para iniciar, uma entrevista com Galldino d'O Teatro Mágico, realizada por Rondinely Lima, para o vídeo "Nunca deixe de ouvir com outros olhos"